CÔRTE - UMA RECOMENDAÇÃO PASTORAL

15/08/2014 17:30

Amados pais e jovens da IDBBS,

Nossa igreja está crescendo, e com o crescimento surgem necessidades de maiores cuidados e orientações, para que a vontade de Deus possa ser melhor atendida por todos nós. Portanto, a responsabilidade pastoral exige que enfrentemos importantes questões, inclusive a do namoro, que não deve ser algo considerado levianamente.

Muito se perde com namoros fora da idade adequada (Ec 3.1), e mais ainda, sem atenção para a necessária santidade que deve marcar o procedimento cristão. Pela importância da questão precisamos compreender que é essencial para o namoro ter propósitos bem claros e delineados, zelando pelo menos de dois aspectos: primeiro, deve visar a Glória de Deus (Rm 11.36; 1Co 10.31; Cl 3.17); segundo, que seja compatível com a imagem de Cristo sendo formada nós (Rm 8.29; Ef 4.15-16).

Portanto quero recomendar fortemente que além de nossos jovens só iniciarem um namoro quando estiverem em condições de avançarem para um passo definitivo, o casamento, o fazerem mediante um procedimento inicial denominado de “côrte”.

A côrte é um pré-compromisso para um possível casamento. Exige o conhecimento e bênção dos pais e líderes, sendo firmado acima de tudo diante de Deus.

A experiência e a autoridade dos pais e líderes são meios importantes da benção de Deus sobre os relacionamentos de seus servos (Gn 24.3-4; 28.6), sendo fundamentais para liberar ou corrigir qualquer atitude (Gn 34.4-6). Sendo a côrte um período de conhecimento e de aprendizagem é muito importante a participação dos pais e líderes, sendo este um período de construção espiritual e familiar. A Bíblia diz aos sábios: “Filho meu, guarda o mandamento de teu pai e não deixes a instrução de tua mãe” (Pv 6.20).

Considerando um relacionamento cristão, não há porque dar lugar à carne, com um apelo desnecessário às paixões carnais, que incentivem um abrasamento fora do tempo e afugentam o Espírito Santo (Gl 5.13).

A defraudação é um pecado muito sério cometido por muitos jovens desatentos. Namoros com liberdades que melhor são designadas por “libertinagens”, como excessivo e às vezes lascivo contato físico, que ao final apenas causam dores, ressentimentos e marcas que perduram por toda a vida, além de ocasionar muitos desvios da presença de Deus (1 Ts 4.3-7).

Um aspecto essencial na côrte é a oração entre ambos. As intenções de cada coração devem ser entregues a Deus para que ele faça segundo a vontade d’Ele (Pv 19.21). As situações não devem ser forjadas ou forçadas e nem os sentimentos expostos, para que não sejam formadas feridas. Não há razão para acelerar o processo natural de Deus. É muito importante manter um relacionamento de amizade e principalmente a busca pelo crescimento espiritual.

Mas por que é preciso passar pelo processo da amizade? “Amar não é encontrar alguém perfeito. É decidir amar depois de ver os defeitos”. Esta é uma fase importante, para que sejam conhecidas todas “as faces” do futuro cônjuge (Pv 17.17).

Muitos acham que se conhece a outra pessoa através de um namoro tradicional, para não dizer mundano. Mas é um engano. Os namoros liberais findam por mascarar a oportunidade de melhor conhecer a outra pessoa, se ocupando de liberdades só devidas após o casamento. Em consequência temos muitos casamentos sem as liberdades nele devidas, pois houve inversão de etapas e os alicerces não foram bem firmados.

A côrte é a forma linda de Deus de preparar duas pessoas para fazerem uma aliança. Por isto, o mais importante é ser amigo, conversar e até brincar!!! Todas as pessoas que resolvem seguir por este caminho têm experiências maravilhosas e a fidelidade de Deus é incomparável quando buscamos adorá-lo sem intenções mesquinhas, como são a busca de satisfação da carne. Tenho certeza que há muitas pessoas que querem buscar a face do Senhor e serem transformados para desfrutar da plenitude de sua benção, que neste caso é o casamento.

 Uma forma de fácil verificação sobre a benção do relacionamento entre dois jovens é saber se o relacionamento de ambos, com Deus e com a igreja, foi melhorado. Se houve edificação, maior envolvimento com Deus e sua obra, temos um bom sinal. Mas se ambos, ou algum dos dois, sofreu piora ou interrupção em seu relacionamento com Deus, com a igreja, com os líderes, com os pais, e mesmo com os irmãos em Cristo, temos aí um claro sinal de que as coisas não vão bem. 

Portanto recomendamos fortemente que os namoros em nossa igreja se esquivem da forma mundana, e sejam levados a efeito na forma de côrte, até que o propósito de casamento seja firmado e possamos discutir juntos os passos mais firmes e próximos para um casamento.

É a recomendação pastoral, feita com base na responsabilidade contida em Hb 13.17.

 

Pr. Samuel Alves Silva

Novembro/2013